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segunda-feira, 27 de abril de 2009

FOURIER, Jean Baptiste Joseph

Matemático francês nascido em Auxerre, Yonne, 21 de março de 1768 faleceu em Paris, 16 de maio de 1830.

Fourier era órfão desde os oito anos de idade. Quando jovem, estudou para padre, embora contra sua vontade, O que desejava era entrar para o exército, mas, como filho de alfaiate, só podia servir de bucha para ca­nhão. Veio então a Revolução Francesa, e ele se dedicou à artilharia, onde pôde usar a ma­temática, tema que o interessava, assim como também a Napoleão Bonaparte. que havia nascido apenas alguns meses após Fourier. Este não teve o mesmo sucesso que Bona-parte, uma vez que demonstrou muito talento para a matemática. Fourier tentou desempe­nhar apenas um pequeno papel na Revolução Francesa, e quase foi guilhotinado. No en­tanto, a queda de Robespierre salvou-o. Após formar-se na escola militar, recebeu convite para lecionar na mesma, em 1795. o que acei­tou.

Sua carreira continuou ligada à de Napo­leão. Acompanhou-o ao Egito em 1798. tendo governado uma província daquele país du­rante a ocupação francesa da região. utilizando-se dessa oportunidade para explo­rar o Alto Nilo. Em 1808, após ter feito suas grandes deséobertas matemáticas. Napoleão deu-lhe o título de barão. Fourier sobreviveu à queda do imperador e recebeu novas honras durante a restauração dos Bourbons. Em 1822 tomou-se secretário da Academia de Ciências, dividindo o cargo com Cuvier.

Fourier foi nomeado governador do Baixo-Egito quando de sua estada naquele país. Retornando à França tornou-se prefeito de Isére mas nesta época já dedicava grande parte do seu tempo às pesquisas. Em 1815 juntou-se outra vez a Napoleão na Campanha dos Cem Dias e depois da Segunda Restaura­ção instalou-se em Paris sendo eleito membro da Academia de Ciências em 1817.

Depois que Fourier deixou o Egito. se­guindo para a França, em 1801. passou a dedicar-se à ciência (sua aventura militar no Egito não tinha sido muito feliz e havia per­dido o interesse por esse tipo de coisas). Seu principal interesse era verificar de que forma o calor percorria um objeto de um ponto a outro. Isso dependia da diferença de tempera­tura entre os dois pontos, do tipo de objeto. da forma do mesmo, etc. O assunto era bas­tante complexo.

Fourier reuniu todos os seus conhecimen­tos matemáticos e descobriu o que é atualmente denominado teorema de Fourier. Este afirma que qualquer oscilação periódica (ou seja, qualquer variação que. mais cedo ou mais tarde, se repita exatamente igual por vá­rias vezes), embora complexa. pode-se dividir em uma série de ondas regulares simples, cuja soma dará origem à variaçáo periódica com­plexa. O teorema pode ser expresso. em ou­tras palavras, em uma série matemática na qual os termos são funções trigonométricas. (Pelo método de Fourier os coeficientes de qualquer série deste tipo podem ser expressos de uma forma adaptável à computação.) Foi isso que, em 1807. trouxe a fama a Fourier. fazendo com que o mesmo recebesse o título de barão. Quando, em 1815. Napoleão voltou à França, após sua primeira abdicação e exílio em Elba. Fourier encontrou-se com ele. Com a segunda queda de Napoleão. em Waterloo. Fourier ficou afastado da sociedade francesa por algum tempo.

Foi apenas em 1822 que, utilizando-se de seu teorema. Fourier completou seu trabalho sobre o calor, em um livro intitulado Analytic Theory of Heat, obra que inspirou Ohm em seus trabalhos sobre a corrente elétrica. Em seu livro. Fourier foi o primeiro a deixar claro que uma equação científica deve envol­ver um grupo consistente de unidades. Foi assim que teve início a análise dimensional.

Este trabalho é considerado uma obra-prima da matemática e também um dos mais impor­tantes livros publicados no século XIX. Mar­cou época tanto no campo da matemática pura como no da matemática aplicada.

O teorema de Fourier tem um amplo va­lor. podendo ser utilizado no estudo do som e da luz, bem como em qualquer fenômeno on­dulatório. O tratamento matemático desse fe­nómeno. baseado no teorema de Fourier, e denominado análise harmônica.

Mesmo os grandes cientistas podem ter crenças irracionais. Fourier acreditava que o calor era essencial à saúde, de modo que sempre manteve sua casa superaquecida e agasalhava-se bastante. Morreu ao cair de uma escada.

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