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segunda-feira, 27 de abril de 2009

CARDANO, Girolamo

Matemático italiano nascido em Pavia, em 24 setembro de 1501 e faleceu em Roma em 21 de setembro de 1576.

Cardano, filho ilegítimo de um matemáti­co, nasceu praticamente morto e teve uma in­fância doentia e muito infeliz. Essa condição de bastardo amargurou também a vida de adulto porque, após ter atingido a graduação médica, foi-lhe negada a entrada no Colégio Médico até haver ganho esse direito por uma clara demonstração de perícia nesse campo.

Foi o primeiro a descrever clinicamente a doença que hoje se conhece como febre tifói­de. Em 1552, curou um cardeal escocês de asma, proibindo-lhe o uso de penas em sua cama, O fato mostrou claramente uma com­preensão intuitiva do fenômeno alérgico. Era também astrólogo convicto do valor desta ci­ência, e não ligava muito ao número de fra­cassos das predições. Tentou (assim dizem) estabelecer o horóscopo de Cristo, o que lhe valeu um certo tempo de prisão.

Era um consumado velhaco e tratante, um trapaceiro, um impostor dado a crises de raiva assassina, um Insuportável presunçoso e, ape­sar de tudo, um matemático de primeira clas­se. Foi o primeiro, por exemplo, a reconhecer ã valor dos números negativos e imaginarios. Seu espírito de trapaceiro manifesta-se tam­bém em um livro sobre a matemática da pro­babilidade — prelúdio ao estudo completo do assunto efetuado por Pascal e Pierre de Permat.

Obteve de Tartaglia o método desti­nado a solucionar equações de terceiro grau, em 1539, e o publicou seis anos depois, apesar de haver jurado solenemente guardar o segre­do, atitude que manchou para sempre sua me­mória. Não obstante, atribuiu o método a Tartaglia. embora o processo continuasse a ser conhecido como a “regra de Cardano”.

A importância do acontecimento reside em que despertou a controvérsia da ética do se­gredo científico. Decidiu-se finalmente que o segredo representava grande dano para a ciên­cia e que o crédito de qualquer descoberta de­via ser atribuio não ao descobridor, mas a quem primeiro a publicasse. Essa decisão é agora universalmente aceita, mas chegou a ge­rar algumas injustiças, como no caso de Sche­ele e de John Couch Adams. No geral, porém. Cardano serviu muito à causa da ciência.

Os últimos anos da vida de Cardano foram trágicos. Seu filho favorito desposou uma mu­lher imprestável, que o traiu repetidas vezes. O filho reagiu e assassinou a esposa; apesar dos esforços de Cardano em sua defesa, o moço foi executado em 1560. Cardano teve o coração partido, e o fato de ter outro filho constantemente na cadeia por varmos crimes não o ajudou em nada. Ele mesmo nem sem­pre escapava do castigo pelas suas trapaças. Passou algum tempo em prisão por dívida ou heresia, ou mais provavelmente por haver praticado ambas as faltas.

Circula insistentemente a história de que. já idoso, Cardano teria previsto (astrologica­mente) o dia de sua própria morte. Quando o dia chegou e encontrou-o em perfeita saúde, matou-se.

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